Conhecendo 
o Evangelho de Marcos

Marcos 6: 7-13


Vamos analisar o mais simples dos evangelhos, talvez o primeiro deles a ser escrito, mas possivelmente o que mais tem ajudado tantos incrédulos a chegar a Jesus. É o mais conciso de todos os evangelhos, tendo apenas 16 capítulos. É fácil de entender. Isso faz dele o livro mais indicado para se começar a estudar o Novo Testamento.

Sobre a autoria desse evangelho, Papias (115 d. C.) afirmou: “Marcos, tendo-se tornado intérprete de Pedro, escreveu acuradamente tudo quanto lembrou”. Irineu (185 d. C.) disse: “Agora, depois da morte de Pedro e Paulo, Marcos, o discípulo e intérprete de Pedro, também transmitiu-nos em escrito, o que Pedro pregou.”

Marcos apresenta o Evangelho de Jesus Cristo, no cap. 1: 15, como “o tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo”. Vejamos como esse evangelista procura mostrar a pessoa de Jesus e sua mensagem.

I - CONHECENDO O AUTOR DO EVANGELHO

1 - Uma família temente a Deus - Sabe-se pouco acerca do autor do Evangelho. Entretanto, algumas passagens nos fornecem sugestões acerca de seus interesses e de sua personalidade. Costuma ser identificado como João Marcos, membro de uma família cristã de Jerusalém, ajudante e substituto de Paulo, Barnabé e Pedro, mencionado em At. 12: 12. Muitos acham que o anônimo jovem de Mc. 14: 51 foi o próprio Marcos.

Provavelmente seu lar fosse um centro de reuniões dos dirigentes cristãos em Jerusalém, pois foi a primeira casa que Pedro procurou quando foi livre da prisão, At. 12: 12. Nela também ficava o cenáculo, onde se celebrou a última ceia.

2 - Um jovem dedicado às missões - Marcos foi levado às missões por Barnabé e acompanhou-os a Chipre, depois a Perge, na Panfília, mas não prosseguiu até o final da primeira viagem missionária, At. 13: 15; 15: 38. Amadureceu no decorrer dos anos, como vemos no seu relacionamento com Barnabé e, depois, com Paulo.

3 - Discípulo de Pedro, amigo de Paulo - Depois do episódio de Atos 15, Marcos desaparece da narrativa e só voltou a ser citado 10 anos mais tarde, em Cl. 4: 10, quando esteve com Paulo em sua prisão, em Roma. Tempos depois, Paulo diz que ele lhe é útil no ministério, II Tm. 4: 11. Também trabalhou junto com o apóstolo Pedro, I Pe. 5: 13.

II - CONHECENDO COMO MARCOS APRESENTA JESUS

Marcos deve ter escrito particularmente para encorajar os cristãos romanos perseguidos, pois apresenta Cristo como um servo em ação, 10: 45, identificando-o com “o servo do Senhor” de Is. 42: 1. Os verbos e as narrativas mostram sempre Jesus agindo, fazendo milagres, curando, viajando, pregando, enfim, servindo.

a) Um servo a serviço do Pai - Para executar o plano divino, Jesus submeteu-se, sem reservas, à vontade de Deus, Fp. 2: 6 e 7. No Getsêmani, Ele demonstra esta verdade, ao dizer: “não seja o que eu quero, e sim o que tu queres”, 14: 36. Por causa dessa aceitação, Jesus cumpriu plenamente seu ministério, sofrendo todas as afrontas, mas chegou ao seu objetivo.

b) Um servo a serviço dos necessitados - Jesus não veio para ser servido, mas sim para servir e dar a sua vida em resgate por muitos, 10: 45. Através desse fato, Ele se identifica com os homens. Ao ler os evangelhos, vamos presenciá-lo sempre servindo: curando os enfermos, Lc. 5: 17, alimentando a multidão, Mt. 14: 19 e trazendo alegria, Mt. 8: 27 e Mc. 5: 42.

c) Um servo a serviço dos pecadores - A mensagem central de Marcos é a salvação através da morte expiatória de Jesus Cristo. Ele é apresentado como o “Filho do homem que não veio para ser servido, mas para servir e dar SUA VIDA em resgate por muitos”, 10: 45.

III - A ESTRUTURA DO EVANGELHO DE MARCOS

Marcos esboçou seu Evangelho em cinco partes:

Introdução. Nos 13 primeiros versículos, há uma descrição da preparação de Jesus para o seu grande trabalho. Apresenta Jesus como Filho de Deus, através do testemunho de João Batista.

1 - Demonstração da autoridade de Jesus - 1: 14 ao cap. 5: 43. Nessa fase estão os primeiros relatos sobre o poder de Jesus para curar e para perdoar pecados: 2: 1-12. Surgem os primeiros debates com os fariseus e Jesus contesta as tradições vazias do judaísmo. Ele afirma que é senhor do sábado. Mostra sua divindade porque tem autoridade sobre os demônios, 3: 11 e 5: 1-20, sobre a natureza, 4: 35-41 e sobre a morte, como no caso da ressurreição da filha de Jairo, 5: 21-24 e 35-43.

2 - Preparação inicial dos discípulos - Nos capítulos 6 a 8, Jesus se preocupa em ensinar os discípulos, enviando-os a breves missões e concedendo-lhes poder, 6: 7. Cada falha ou conflito era motivo para uma aula do Mestre: incredulidade de seus conterrâneos, 6: 6; execução de João Batista, 6: 27-29; perigo da popularidade, 7: 1-23; a cura de um surdo e gago, 7: 31-34.

3 - Retirada para a região Norte - Precisando de calma para aprofundar seus ensinos aos discípulos, Jesus afastou-se completamente das multidões, indo para Cesaréia de Filipe, uma região fria, onde fica o monte da Transfiguração, Lc. 9: 28.

4 - A caminhada da cruz - A penúltima seção deste evangelho mostra Jesus voltando para Jerusalém, caps. 10 a 13. Aproximavam-se os dias da páscoa. No caminho, cura Bartimeu, 10: 46-52, e ensina que o Filho de Homem veio para dar a sua vida em resgate de muitos, 10: 45. 

5 - Últimos dias de Jesus - Do cap. 14 em diante, descreve a paixão e a ressurreição. É uma fase triste, quando Jesus é traído, preso e crucificado. Essa tragédia, entretanto, foi parte inevitável do seu serviço aos homens para a própria redenção deles. Vem, a seguir, a parte gloriosa. O túmulo vazio e o testemunho do anjo são provas do grande acontecimento: Jesus ressuscitou!

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